Comunicação: Debate Movimento Associativo

A casa do Alentejo está sediada na Rua Portas de santo antão, n.º 58, no denominado Palácio dos Viscondes Alverca, mandado erigir nos meados do Sec. XVII.

Ao longo dos séculos foram muitas as obras de remodelação do edifício seiscentista, sendo poucos os traços arquitectónicos que ainda hoje se mantem.

O valor patrimonial actual no sentido material e imaterial do Palácio reside no seu interior, onde foi implantado, em 1919, o mais luxuoso casino lisboeta da época, o “Magestic Club”.

As obras de remodelação, da autoria do arquitecto Silva Júnior e sob sua direcção três construtores, dezenas de artistas e artesãos, quer da pintura quer da azulejaria como seja os nomes de: Júlio Silva, Benvindo Ceia, Domingos Costa, José Ferreira Bazalisa e Jorge Colaço, com três salas com vários painéis de azulejos.

Em 1933 o edifício foi arrendado ao Grémio Alentejano, antecessor da actual Casa do Alentejo, que adquiriu os direitos de propriedade do mesmo em 1981, pagando ao seu antigo dono a quantia de 4.000.00 contos (hoje € 20.000,0).

Nascida em 1923, a casa do Alentejo surgiu para assegurar a ligação entre os alentejanos espalhados pelo País e pelo mundo, com a sua própria região.

Filiada, com o n.º 704, na Federação Nacional das Colectividades.

A casa é um espaço de cultura, com apresentação de exposições, apresentação livros, debates, sessões de cante, de Poesia, de bandas de música, espaço de confraternização, amizade e local de visitas diárias de alentejanos de cá e de lá, nacionais e centenas e centenas de turistas.

Mesmo durante o salazarismo, esta instituição consegui bater-se pela manutenção da identidade cultural alentejana e virada para uma acção de carácter mais prático, em defesa dos interesses dos alentejanos, afirmando-se como o povo mais introspectivo e com uma paixão pelo território.

A nossa sede, foi classificada como monumento de interesse público, por Portaria n.º 587/2011 de 21 de junho de 2011 do Gabinete do Secretário de Estado da Cultura.

A Casa do Alentejo, é uma associação, cuja base de sustentação são os nossos sócios, sejam eles individuais ou colectivos, é para eles que nós trabalhamos, na defesa e valorização do património material e imaterial do Alentejo, nas suas, várias vertentes, histórica, artística, monumental, musical e etnográfica, mas também na defesa do património natural, da paisagem, no sentido ecológico, procurando preservar o ecossistema, o meio ambiente, numa perspectiva de desenvolvimento económico sustentado, do nosso Alentejo.

Hoje está divulgada a ideia de que o movimento associativo está em crise? Será assim ou não! Ou será a Sociedade que está em crise, estruturada num individualismo e consumismo que vai minando a nossa vida em comunidade.

O Estado devia olhar para o movimento associativo, como um parceiro social, que satisfaz necessidades colectivas, uma vez que o Estado Português, se demitiu de as assegurar.

A área coberta, da sede da casa do alentejo é de 1400 m2, a sua manutenção e conservação do seu espaço interior e exterior é quase diário e uma parte significativa do nosso orçamento é canalizado na conservação e recuperação do edifício, sejam obras de conservação, obras de restauro: telas, douramento do friso do salão, um telhado novo, caleiras, obras de manutenção da canalização, caixas de escoamento, douramentos e restauros do Páteo árabe, renovação de 15 janelas dos Salões, recuperação da cobertura e claraboia do Páteo Árabe.

Nos últimos três anos as obras de restauro e conservação estão estimadas no valor € 60.000.00.

E a Casa do Alentejo, nunca teve apoio de uma entidade administrativa, tendo em conta que o Edifício é Monumento de Interesse Público.

Do ponto de vista da mobilidade e acessibilidades a casa do Alentejo, possui imensas dificuldades, pois existem muitas escadas e urge criar instrumentos que tornem o acesso, menos desconfortáveis.

Face a essas circunstâncias é necessário instalar um Elevador.

Em 1917 esteve projectado um elevador, que foi abandonado e optou-se por uma escadaria em mármore.

Entretanto a casa do Alentejo apresentou 2019 nos serviços camarários um projecto de elevador e respectivos acessos, situados no Beco de São Luis da Pena.

O Elevador está orçamentado por valores de 2019 em € 90.000,0.

E a sua concretização está dependente do financiamento por parte da Câmara Municipal de Lisboa é este o apelo que fazemos a toda a vereação, o contributo é crucial na realização desta obra, pelas particularidades muito sensíveis do imóvel e o grau de exigência do ponto de vista financeiro e material e sem a ajuda da Câmara Municipal de Lisboa não é possível concretizar este projecto.

A Casa do Alentejo é um ex-libris da cidade de Lisboa é um ponto de referência da baixa lisboeta, grupos organizados de turistas, entram diariamente há centenas, tiram fotos usam a casa de banho, usam o espaço, o que nos obriga direcionar recursos humanos para informar e atender turistas e assim como aumentam os custos com o uso de sanitários e os acessos vão se degradando.

O nosso espaço de cultura mantém viva e activa a cidade de Lisboa.

De acordo com dados do INE, relativamente à entrada de turistas, indicam que, até fevereiro, as dormidas cresceram 3,3% em comparação com o período homólogo, para 7,7 milhões, 23% acima dos resultados de 2019.

O executivo camarário gerido pelo Presidente Carlos Moedas continua a liderar o ranking nacional de receitas. Até março, a Câmara Municipal de Lisboa amealhou 7,8 milhões de euros.

Neste quadro, a casa do Alentejo, contribui indirectamente para as receitas de turismo que a Autarquia Lisboeta amealha com taxa que tributa às dormidas, nesta conjuntura é de toda a justiça redistributiva que a Câmara Municipal de Lisboa nos ajude financeiramente na construção de um elevador e nas obras de conservação e recuperação da nossa sede na Rua Portas de Santo Anão, n.º 58 em Lisboa.

 

O Presidente da Casa do Alentejo

Manuel Verdugo