
09 May “Do Boletim do Grémio à Revista Alentejo”: visite a exposição na Casa do Alentejo
A Casa do Alentejo celebra, este ano, o seu centésimo aniversário e, para o comemorar, está a promover um conjunto de iniciativas culturais, uma delas é a exposição que, em 70 painéis, conta a história de uma das publicações mais antigas do país. Visite-nos, já está em exibição!
Desde o final do século XIX que a imprensa contribui para a promoção e desenvolvimento da cultura artística, desportiva e de entretenimento, assim como para a propaganda e crítica política. É isso que se encontra retratado nas várias páginas dos boletins e revistas do Alentejo, que a Casa foi recuperar. Nelas estão demonstradas a evolução dos tempos, assim como histórias da região e do país.
A exposição “Do Boletim do Grémio à Revista Alentejo” é assim o reconhecimento do percurso feito por estas publicações, que, agora, se tornam obras de arte. Um gesto que tem como objetivo homenagear a longa vida destes boletins e revistas.
Um percurso para recordar
Foi no dia 23 de abril de 1953 que nasceu o primeiro impresso: uma folha de papel de tamanho A3, a preto e branco, com o nome de Boletim do Grémio Alentejano. Com uma periodicidade mensal, eram impressos 3000 exemplares para distribuição gratuita.
Em 1936 mudou de nome e passou a ser O Grémio Alentejano, mais pequeno e impresso em papel de melhor qualidade. Sob a direção de Victor Santos, em 1939, aumentou os seus conteúdos e, além da vida da coletividade, passou a publicar poemas, prosas, crónicas e contos da autoria de prestigiados autores portugueses do século XX. Em 1939 foi também criada a Página de Mulher, um espaço de inclusão de textos de autoras.
Na década de 40, o boletim reduziu novamente o seu tamanho e passou a contemplar apenas publicações de textos sobre a região, a vida interna da Casa do Alentejo e a história das cidades e vilas alentejanas.
Em 1960, ao celebrar 25 anos, a publicação começou a abordar temas mais atuais e polémicos, de autores menos conformistas e, nessa altura, passou a chamar-se Revista Alentejana.
Ao longo de toda a sua existência, os principais dinamizadores destas publicações foram os seus diretores, editores, chefes de redação e redatores. De destacar Victor Santos, que esteve ligado a todas as publicações até ao seu falecimento, em 1976, Fausto Gonçalves, chefe de redação durante mais de 30 anos, Luís Jordão, presidente de direção de 1994 a 2002, e António Murteira, diretor da Revista Alentejo de 2004 a 2017.