Encontro sobre o Cante Alentejano na Diáspora – Linhas Orientadoras

No sábado, 18 de março, realizou-se na Casa do Alentejo o Encontro sobre o Cante Alentejano na Diáspora. Neste debate, participaram 101 representantes de 26 grupos corais, três dos quais instrumentais e houve mais de 20 intervenções.

Entre as principais conclusões deste Encontro, destacamos que o Cante Alentejano é das expressões culturais que melhor identifica as características de uma Região, do seu Povo e da sua Cultura. O Cante cumpre um papel aglutinador e identitário e o seu reconhecimento pela UNESCO como Património Cultural e Imaterial da Humanidade dá orgulho e responsabilidade a toda a comunidade alentejana.

Concluímos igualmente que o papel solidário e identitário do Cante é um fator decisivo para a criação dos grupos corais de cante alentejano na diáspora. Reconhecemos as diferentes formas de entoar o Cante de terra para terra. E as dificuldades que os migrantes alentejanos tiveram de ultrapassar. Outras continuarão a surgir, mas o amor ao Alentejo e ao Cante deve motivar-nos e unir-nos para ultrapassar as dificuldades a cada momento.

Por último, os desafios que estão colocados aos Grupos Corais na diáspora são enormes, desde a idade dos cantadores e cantadeiras, as novas gerações (descendentes diretas ou não), as características e motivações atuais dos migrantes, o desmembramento das comunidades residenciais alentejanas, etc. A par destes desafios, colocam-se outros, por exemplo de ordem financeira, organizativa, motivacional.

Estes são desafios para os quais os Alentejanos da Diáspora, de forma solidária e empenhada têm de encontrar a solução adequada, sabendo de antemão que as soluções não são todas iguais e que cada caso é um caso.

 

Lisboa, 18 de Março de 2023